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A obra “Yara” nasceu de uma profunda necessidade de entrar em contato com a paz. Os anos que transcorreram trouxeram um ritmo de vida baseado no medo da epidemia e na inquietação de um futuro incerto. O medo da morte e do invisível nos afastou da rotina, da família, dos amigos, do ambiente de trabalho. Presos em nosso lar, nos tornamos irreconhecíveis a nós mesmos, pois não mais enxergávamos o nosso reflexo no outro. O outro também estava com medo e distante. A dualidade de nos distanciarmos deste reflexo do “eu” social e automaticamente entrarmos em contato com nosso “eu” intimista gerou um movimento de olhar-me interiormente na procura do que realmente precisava. Este movimento foi representado na obra pelo formato circular. A tecelagem dos fios também seguiu a direção das bordas para o centro. Enquanto tecia minha obra, a humanidade mal superava a pandemia e suas consequências, quando resurge um novo e inquietante fantasma, a guerra. Os noticiários novamente não param. Medo e terror transbordam pela TV em nosso lar. No momento em que esperávamos uma união em função de nos recuperarmos em sociedade, velhos termos voltam a tona: Guerra, Divisão, Polarização, Ameaças. Na minha obra, começo a tecer fios em tons azuis, como uma súplica aos céus por tempos mais calmos e melhores. A cor branca e os tons pastéis ganham força no tecer das linhas. Por leves instantes, encontro na arte, a almejada paz.

Adicionado dia 11 de abr. de 2023

Disponível como arquivos digitais de € 150

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